OBESIDADE NÃO É QUESTÃO DE ESTÉTICA
Por Carolina Borges - Psicóloga- CPCS São Paulo
A obesidade não escolhe gênero, classe social, econômica e deixou de ser apenas uma questão de estética!
Nesta semana o Ministério da Saúde divulgou o resultado da primeira edição do estudo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), realizado no ano de 2011 em 27 cidades brasileiras.
O resultado é alarmante, os índices tanto de população acima do peso, quanto de obesos aumentou significativamente. Em 2006 era de 11,4% obesos e hoje chega a 13%, entre as mulheres o índice é maior e alcança os 13,6%.
A obesidade é uma doença crônica, caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal, resultado de uma combinação de fatores, entre eles, genético, comportamental e ambiental. O diagnóstico, feito por um médico especialista, se dá através do cálculo do Índice de Massa Corporal - IMC (relação entre peso e altura).
A doença está associada a diversos prejuízos à qualidade de vida e saúde dos indivíduos. Os problemas podem ser tanto de ordem clínica como psicológica e social. As pessoas acometidas pela obesidade estão mais vulneráveis a desenvolver doenças como hipertensão, diabetes, problemas cardiorrespiratórios, além da perda da autoestima, sentimentos de desesperança, o isolamento social, depressão, ansiedade entre outros.
Quando nos referimos às questões psicológicas, os problemas emocionais podem ser percebidos com conseqüência da doença, no entanto, estudos revelam que ele pode preceder o desenvolvimento desta condição visto que, em muitos casos há conflitos psíquicos nos pacientes com relação à alimentação e ao autoconceito.
Mas como cuidar destas pessoas? O Ministério da Saúde adverte para a melhora na alimentação e a prática de atividades físicas. É também sabido que o atendimento multidisciplinar é de grande importância, com médicos, nutricionistas e psicólogos. Quando há comorbidade com patologias psiquiátricas como transtorno de ansiedade, transtorno de compulsão alimentar periódica, o uso de medicação pode ser recomendável.
A terapia cognitiva comportamental através de diversos ensaios clínicos indica favorecimento na melhora dos quadros de compulsão ou restrição alimentar, redução de preocupações com imagem e formato corporal e aumento no funcionamento social. Atualmente vem sendo reconhecida como eficaz para o tratamento clínico da doença.