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São Paulo / Campinas, SP, Brazil
Instituto de Psicologia e Controle do Stress Drª Marilda Emmanuel Novaes Lipp, foi fundado pela Dra. Marilda Emmanuel Novaes Lipp (Ph.D.em Psicologia pela George Washington University) em abril de 1985. Trata-se de uma entidade pioneira na América Latina que se destina a promover a profilaxia e o tratamento do stress excessivo.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O STRESS: FASES, SINTOMAS E TRATAMENTO

O STRESS: FASES, SINTOMAS E TRATAMENTO
Por Carolina Borges-IPCS SP
Atualmente ouvimos muito falar sobre stress, que as pessoas estão estressadas, que o trânsito da cidade estressa, porém é importante salientarmos que o stress não é somente "vilão" na atualidade. 
O stress faz parte do ser humano, ele começa a ocorrrer antes de nascermos e nos acompanha por toda a vida, nos auxiliando a sobreviver.
É uma reação do organismo frente a uma situação, que pode ser boa ou má, e que exige uma adaptação, um esforço maior do que se está habituado a realizar. Esta reação ocorre à partir da relação do ser humano com o ambiente à sua volta e a maneira como o interpreta e significa.
Mas como de fato o stresse acontece?
Frente a uma situação boa ou má, o organismo se prepara para lutar ou fugir, dando sinais de seu bom funcionamento fisiológico.Há um aumento no ritmo cardíaco e respiratório, aumento da tensão muscular, uma grande liberação de adrenalina e cortisol, que são substâncias úteis para a proteção e enfrentamento do agente estressor.
No entanto, a energia que o organismo utiliza para todas essas mudanças, que chamamos de energia adaptativa, precisa ser recuperada, o corpo precisa retomar o seu equilíbrio.
Quando o ser humano passa muito tempo com níveis altos de cortisol no organismo, tentando proteger-se e enfrentar o estressor é que podem surgir danos à sua saúde.
Os sintomas variam de acordo com a fase de desenvolvimento do stress. A primeira, que chamamos de fase positiva, é a fase de Alerta. Nela, o sujeito prepara-se para a ação, se sente cheio de vigor, energia, é capaz de ficar sem dormir ou comer, a sua musculatura está mais retesada e seu humor mais eufórico e por vezes irritável. No trabalho pode produzir mais e com acentuada criatividade.
Caso o agente estressor seja removido, não há sequelas para o organismo, o corpo volta ao equilíbrio. No entanto, se o agente estressor se mantém, ou uma nova situação surge pode-se entrar na fase onde o organismo tenta resistir ao stress, a fase chamada de Resistência.
Nesta fase há dois sintomas que despertam maior atenção; o canSaço constante e as dificuldades com a memória. No trabalho, a produtividade tem um acentuada queda e a capacidade criativa também diminue, muitas vezes passa-se a falar sobre o mesmo assunto: o cansaço que se sente!
Se for possível eliminar o agente estressor, o processo é interrompido, do contrário o organismo passa a sofrer gradualmente um colapso. A fase que segue é a de Quase Exaustão.
Nesta fase muitas vezes é necessário buscar ajuda médica pois possivelmente um problema físico já surgiu, além do suporte psicológico para aprender a lidar com a fonte estressora. O sistema imunológico começa a sofrer as ações das grandes quantidades de cortisol produzidas.
Em Quase Exaustão, o sujeito é capaz de continuar trabalhando, se divertindo, tomando decisões de forma lúcida, porém já com grande esforço pois a vontade de realizar atividades está muito diminuída e a ansiedade passa a fazer parte do cotidiano.
A última fase, chamada de Exaustão, dificilmente é alcançada, nela o organismo está bastante debilitado. Devido a baixa do sistema imunológico podem surgir doenças físicas graves, infecciosas e/ou contagiantes, como úlceras, pressão alta, psoríase, depressão.
Já não se consegue pensar direito, ter gosto pelas atividades que antes sentia prazer, socializar-se, o sono já não é reparador. No trabalho a concentração fica muito difícil e as decisões são muitas vezes impensadas.
É de extrema importância que se procure ajuda profissional multidisciplinar nesta fase para cuidar das doenças físicas e da saúde mental.
Desta forma, o stress ideal é aquele onde a pessoa consegue através de técnicas de manejo de stress gerenciar a entrada e a saída da fase de alerta.
E como tratar o stress? Sabemos que as fontes de stress podem ser internas e externas. Nos estressores externos há a produção de tensão emocional pela necessidade de lidar com eles. Com a retirada dos mesmos, exemplo: um cão bravo latindo, nosso corpo retoma o equilíbrio.
Já os estressores internos estão associados a forma como percebemos as situações. Frente a um perigo imaginário e um pensamento constante nele, exemplo: "eu não sou inteligente o suficiente para passar no vestibular" o estado de stress permanece, prejudicando desta forma a qualidade de vida.
A terapia cognitiva comportamental é uma abordagem com bastante funcionalidade para casos de stress. O IPCS desenvolveu o Treino Cognitivo de Controle de Stress, que busca auxiliar os seus pacientes a manejar os seus sintomas, buscar estratégias de enfrentamento e reencontrar a homeostase de seu organismo. Quando há o acometimento físico devido a fase adiantada do stress é necessário a procura também de um médico.
Fonte:
Lipp, MEN; Novaes, LE: Conhecer e enfrentar: O Stress. São Paulo, Ed. Contexto. 2003
Lipp, MEN; Malagris, LEN; Novais, LE: Stress ao Longo da Vida. Ícone Editora, São Paulo. 2007

segunda-feira, 4 de junho de 2012

ESTRESSE INFANTIL: COMO LIDAR?

Conheça os sintomas do estresse infantil e aprenda a lidar com esse problema

Por Manoela Telles
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Cada vez mais cedo, as crianças passam a ter atribuições e várias cobranças no ambiente familiar e escolar. Vivemos uma era cibernética, onde estar conectado ao mundo, através da internet, é algo natural e faz parte do cotidiano das pessoas. Por outro lado, a escassez de tempo diminui o convívio entre pais e filhos e, estudar em horário integral, agora é parte da rotina de muitas famílias. A quantidade de informações é muito grande, em especial para as crianças.

Nesse contexto, entra em cena um rival da saúde e do bem estar: o estresse, que atinge a pessoas de todas as fases e do qual os pequenos não estão livres. Pesquisas da PUC Campinas afirmam que o estresse atinge crianças em fase escolar de forma expressiva. Se elas apresentarem comportamentos incomuns, os responsáveis devem identificar o que pode estar causando o estresse e buscar diminuir a pressão sobre elas.

“Criança muito protegida não desenvolve imunidade ao stress. Não a poupe em demasia. Quando não for possível protegê-la do estresse excessivo, como no caso de uma morte na família ou uma mudança de cidade, é necessário fortalecê-la para lidar do melhor modo possível com a situação”, adverte a especialista em estresse e fundadora do Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS-SP)

A prática de esportes também é uma excelente maneira de diminuir e controlar o estresse em crianças. A produção de beta endorfinas, liberada durante as atividades físicas ajudam a diminuir a pressão, já que causam a sensação de paz e tranquilidade.

“O esporte ajuda a reduzir a tensão, através do relaxamento muscular que se segue ao esforço. Estudos indicam que o adulto que praticou esporte quando criança é muito mais adepto a continuar praticando na idade adulta, o que se torna fundamental para a boa saúde física e mental do ser humano”, defende a especialista.

Uma questão de tempo

O estresse em si não é uma doença. Trata-se de uma reação do organismo com componentes físicos e psicológicos e, a depender do grau que atinge, pode provocar outros males. Muitos são os fatores do estresse, entre eles a sensação de medo, irritação, excitação. Em crianças na fase escolar, o estresse pode provocar dificuldade de concentração, desobediência, ansiedade, depressão, agressividade, pesadelos e insônia. Entre as suas consequências físicas estão episódios de asma e bronquite, hiperatividade, obesidade, sensação de mal estar, dores de cabeça.

Todas as crianças podem desenvolver estresse e já nos primeiros anos de vida, podem se defrontar com diversas situações causadoras desse mal. Doenças, acidentes, nascimento de irmãos, mudança de casa, de escola, de empregada, briga entre os pais e ausência deles são determinantes para o estabelecimento de um quadro de estresse na infância.

Por estarem em desenvolvimento intelectual, emocional e afetivo, apoio da família é fundamental para que as crianças reajam com equilíbrio diante de situações estressantes. A maneira pela qual lidam com elas vai determinar sua resistência às tensões da vida adulta. Os pais também não devem colocar pressões demais sobre os filhos, respeitando seus limites em todas as áreas. Vale ressaltar a importância de ouvir com atenção quando os filhos compartilham suas dificuldades.

É importante que a criança tenha tempo livre para poder brincar sem compromisso, para sonhar e para pensar no mundo ao seu redor. É preciso haver pausas nos horários de atividades, com espaços vagos onde a criança possa ficar a vontade para fazer coisas próprias à sua idade. De acordo com a especialista Marilda Lipp, nas  horas livres a criança aprende que sua própria companhia é boa, aprende a viver sem ter companhia ou atividade constante. O tempo deve ser dividido de acordo com a idade e a necessidade de cada criança, conforme as suas atividades. Deve ser  reservado um período para cada uma, com hora marcada para aquelas que são de rotina, como os estudos.


Identificando o estresse em crianças

De acordo com Marilda Novaes Lipp, especialista em estresse e fundadora do Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS-SP), a entrada no primeiro ano escolar é o período mais estressante para as crianças e, em todas as faixas etárias, o estresse atinge mais as meninas do que os meninos. “Toda mudança é capaz de gerar estresse e a entrada na fase escolar representa uma dessas mudanças. Convívio com outros colegas, início da competitividade, professores não muito tolerantes, imposição de limites, tudo isto pode gerar estresse”, explica ela.

Se não for tratada, a criança com estresse pode se tornar um adulto estressado ou vulnerável a desenvolver um quadro de estresse. Para isso o auxílio de um psicólogo, de preferência com experiência em estresse é indicado para que a criança aprenda a lidar com as situações estressantes.

“Se a criança for ensinada a lidar com os estressores da vida, após o episódio de estresse, ela poderá ficar mais fortalecida, como se tivesse sido vacinada. Mesmo aquela que passa por grandes problemas, pode vir a ser um adulto saudável se tiver ajuda para adquirir estratégias de enfrentamento do estresse”, conclui.
São sintomas do estresse infantil:
  • Mau humor
  • Irritabilidade
  • Hipersensibilidade emotiva
  • Dor de cabeça, dor de estômago
  • Dor nas pernas
  • Inquietude
  • Problemas de pele
Vale lembrar que a predominância de um só sintoma não significa que a criança tenha estresse. É necessário que vários sintomas ocorram ao mesmo tempo para que o diagnóstico seja feito



Fotos: AFP / Marilda Lipp - Arquivo Pessoal

http://memoriaolimpica.com/pratique/conheca-os-sintomas-do-estresse-infantil-e-aprenda-a-lidar-com-esse-problema-2